“Não podemos continuar a viver com tréguas em Moçambique”

Filipe Nyusi relembra que a paz ainda não é efectiva e diz que tudo está a ser feito para que o povo viva em estabilidade definitiva.

Pombas brancas para o espaço, em demonstração de mais um sinal de compromisso com a paz. Foi assim que o Presidente da República, Filipe Nyusi, iniciou o seu contacto com a população da Maganja da Costa, no primeiro de três dias de visita de trabalho à província da Zambézia.

E foi precisamente a paz, a primeira nota da sua intervenção no comício popular que orientou na Maganja da Costa, onde deixou garantias de que os passos estão a ser dados e voltou a apelar a população para fazer a sua parte.

Filipe Nyusi salientou que apesar do país estar a viver alguma estabilidade nesta fase, é fundamental que cada um saiba que a paz ainda não é efectiva e que tudo está a ser feito para que o povo viva estabilidade definitiva.

“Não podemos continuar a viver com tréguas em Moçambique. Nenhum povo merece e muito menos o povo moçambicano”, disse Nyusi perante milhares de populares que acorreram ao comício.

“É bom que cada um saiba que ainda estamos a trabalhar para termos a paz e, por isso, o fundamental é enquanto trabalhamos para aquele feito, cada um faça a sua parte no seio da família. Vivam na paz, na união e na concórdia, para que juntos possamos crescer bem”, frisou.

Custo de vida

O custo de vida foi também destaque na interacção do Chefe de Estado com a população da Maganja.

Com uma linguagem simplificada, Filipe Nyusi deu, na mesma ocasião, alguma explicação sobre a razão do encarecimento do custo de vida na província da Zambézia, em particular, e no país, em geral.

“A vida tornou-se cara, porque aquilo que nós vendemos fora de Moçambique baixou de preço. Nós produzíamos muito e quando íamos fora do país vender, o comprador exigia baixa dos preços e isso complicou a economia do país”, explicou.

Na hora de tomar a palavra, a população da Maganja da Costa falou do que mais preocupa o distrito.

Pediu asfaltagem da estrada que liga a localidade de Malei à vila sede distrital, numa extensão estimada em 50 quilómetros.

Trata-se de um troço onde existia uma ponte sobre o rio Licungo, mas que foi destruída pelas cheias que assolaram a província da Zambézia no ano transacto. Na lista de pedidos, a população falou do melhoramento da estrada que parte da praia de Cabuiri à vila municipal, uma extensão de 30 quilómetros.

Produção de pescado

A província da Zambézia prevê produzir, em termos de captura de pescado diverso, perto de 70 mil toneladas, o que representaria a um incremento na ordem de 1.5%, comparativamente ao ano anterior.

Com o nível de produção previsto, a província espera arrecadar receitas na ordem de 5.3 milhões de meticais.

Comparativamente a 2016, a produção de captura de pescado foi estimada em 61 mil toneladas e em termos de divisas foram colectados 4.8 milhões.

Estes dados foram avançados pelo director provincial do Mar, Águas Interiores e Pesca da Zambézia, Júlio Bastos.

Sobre o sector de pescas, o Chefe de Estado visitou uma exposição de produtos pesqueiros, tendo desafiado a província a repensar na produção do carapau para o consumo nacional e, num futuro de médio e longo prazos, exportar para países vizinhos.

Comentários